‘Cannabis é legalizada no Brasil. Para quem tem dinheiro’, diz especialista na Lei Antidrogas

Especialista falou no programa Bem Viver na TV e suas falas foram replicadas pelo portal Brasil de Fato.

Ítalo Coelho de Alencar é advogado especialista no tema das drogas e ele vem encabeçando as discuções, os avanços e desafios do uso da cannabis medicinal no Brasil.

O advogado trouxe informações relevantes sobre como a substância interage com o corpo humano, avanços no tratamento e acesso ao medicamento.Segundo ele, a cannabis já tem propriedades terapêuticas conhecidas há milênios e, mais recentemente, a ciência tem comprovado que diversas doenças, como Parkinson, Alzheimer, câncer, epilepsias, síndrome do intestino irritável, ansiedade e depressão, podem ser tratadas com a cannabis. Ele ainda afirmou que a Anvisa vem regulamentando a possibilidade de usar os produtos de cannabis via óleo, via oral e nasal.

Porém, o preconceito e a proibição faz com que apenas poucos privilegiados possam ter acesso a ela.

“O problema é que a proibição tem gerado com que a ciência brasileira não avance como devia, mas a partir de notícias internacionais, famílias de crianças, principalmente crianças com síndromes raras, passaram a se arriscar a importar esse produto para tratar das suas famílias, inclusive correndo o risco de serem taxadas como traficantes”, afirmou Ítalo Coelho para o Brasil de Fato.

O advogado ainda reafirma a importancia das associações que tem formado médicos para que consigam ministrar o tratamento e se encaixem na regulamentação do uso da cannabis medicinal no Brasil, já que as faculdades de medicina não ensinam o sistema endocanabinóide, o que é uma lacuna educacional.

Por mais que já esteja comprovado que a cannabis traz enormes benefícios a saúde, poucos tem informações e acesso a estudos, e menos ainda conseguem fazer uso do medicamento que é extremamente caro.

“O grande nó é o acesso. Está legalizado a cannabis no Brasil para o tratamento médico. Pra quem tem dinheiro”, lamentou Ítalo Coelho.

Muitos precisam recorrer ao sistema jurídico para poder comprar o medicamento e mesmo assim, precisam desembolsar uma quantia que nem todos possuem. A classe mais privilegiada consegue pagar advogado e o medicamento, mas quem não possui recursos fica a mercê, exigindo que o Estado ou empresas de planos de saúde forneçam o medicamento. Há ainda aqueles que fazem o cultivo caseiro ou se juntam em associações de pacientes para produzir o medicamento.

“O paciente pode exigir que o Estado forneça e que empresas de planos de saúde também forneçam através de judicialização”, afirmou o especialista em Lei Antidrogas.

*DA REDAÇÃO HP. Com informações Brasil de Fato.


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