Eles podem transformar o corpo das pessoas, aumentar expressivamente a força e o tônus muscular. Podem levar um atleta sem grande desempenho ao pódio, rapidamente. Prescritos em doses mínimas, podem também atuar como reguladores de algumas funções do corpo, afetadas por doenças e envelhecimento, como é o caso de drogas que estimulam o crescimento ósseo e muscular em pessoas e crianças com alguns distúrbios, e na reposição hormonal.
Usar anabolizantes para fins estéticos ou para aumentar o rendimento esportivo é proibido e configura doping. O Conselho Federal de Medicina pune médicos que receitam anabolizantes para fins estéticos. Eles só podem ser receitados por endocrinologistas, mediante receita especial, para casos graves.
Isso porque os anabolizantes possuem uma série de efeitos colaterais graves, que podem causar danos irreversíveis à saúde. Derivados principalmente da testosterona, os esteroides androgênicos anabólicos, ou simplesmente anabolizantes, podem causar:
Arritmias cardíacas, lesões nos rins, distúrbios da função do fígado, desenvolvimento de tumores, coágulos no sangue, aumento da retenção de líquidos no organismo e da pressão arterial, além de aparecimento de acne e queda de cabelos. O uso excessivo de anabolizantes por homens pode causar aparecimento de mamas, redução dos testículos, diminuição da contagem dos espermatozóides e calvície. No caso específico por mulheres, seu uso pode levar à masculinização, como engrossamento da voz e surgimento excessivo de pelos. Pode causar ainda aumento do tamanho do clitóris, irregularidade ou interrupção das menstruações e diminuição dos seios.
Não bastassem os danos ao corpo, o uso de anabolizantes também é associado ao surgimento de sintomas psiquiátricos e doenças mentais graves. Comportamento agressivo, ansiedade, irritabilidade, transtornos alimentares, depressão, paranoias, alucinações, psicoses e até suicídio são relatados na literatura médica sobre o tema.
No Brasil, estima-se que um a cada 16 adolescentes faça o uso ilegal de anabolizantes. Para eles, há ainda mais complicações, como comprometimento do crescimento, maturação óssea acelerada, aumento da frequência e duração das ereções, desenvolvimento sexual precoce, hipervirilização, crescimento do falo (hipogonadismo ou megalofalia) e crescimento excessivo de pelos no corpo.
Apesar de ser tentadora a ideia de obter rapidamente o corpo dos sonhos e aumentar o desempenho esportivo expressivamente, sem muito esforço, a ciência garante que o preço a se pagar é alto demais. Os mais sensatos certamente vão preferir suar a camisa como de costume na academia, manterem-se na dieta e usufruir do insubstituível prazer de esbanjarem saúde, acima de tudo.
Bora malhar?