Por Guilherme Prado
Entre minhas qualidades certamente não está a memória. Justamente por isso, guardei um e-mail que seria a primeira página do meu livro.
Era uma conversa que tive via BBM com o Ronaldo. Sim, o atacante pentacampeão, que fez os dois gols na final, aquela coisa toda.
BBM era o aplicativo de mensagem do Black Berry, um antecessor do WhatsApp, que fazia o sucesso daquele aparelho que, no fundo, era bem tosco.
Eu tinha um Black Berry cedido pela Claro. Era demais porque eu não paguei o aparelho e também não pagava a conta.
Usava basicamente para conversar com o Ronaldo, atender a Claro e agência de publicidade que cuidava da conta.
(Lembrei de uma boa história disso)
Até que um belo dia. Ronaldo me pediu ajuda, via BBM. Era simples. Pedir folga do treino, avisar o Tite e ao presidente do clube que iria encerrar a carreira.
Era o maior jogador da minha geração. A conversa era incrível, tinha todos os detalhes.
Tempos depois, guardei a conversa num e-mail. Porque quando ele parou, eu perdi o Black Berry e a conta 0800 da Claro.
Estava ali guardada a primeira página do meu livro.
Mas o e-mail sumiu.
Acho que o livro subiu no telhado.