Caminhoneiro trabalhou com o mesmo caminhão por 34 anos e 8 milhões de KM
Quanto tempo um caminhoneiro leva para querer trocar de caminhão, passando a dirigir um modelo mais confortável, tecnológico e fácil de dirigir? Se a resposta fosse dada pelo caminhoneiro veterano Ray O’Hanesian, de Bettendorf, Iowa, nos Estados Unidos, a resposta seria NUNCA.
Ele trabalhou por 34 anos com o mesmo caminhão, um Kenworth KDC 825C, conhecido como BullNose, devido ao formato da cabine. O modelo foi comprado zero KM em 1958, e foi na época que a KW estava apresentando os novos modelos K100, muito mais modernos e confortáveis. Ou seja, mesmo naquela época, já era um caminhão desatualizado.
O valor pago, na época, foi de US$ 25 mil, um valor altíssimo para um caminhão. Em valores atuais, seria cerca de US$ 250 mil, mais caro que o Kenworth T680 da nova geração, que custa cerca de US$ 210 mil na versão mais completa.
O formato da cabine, conhecido como bullnose, apelido que significa nariz de touro, era tradicional até aquela época, com um bico curto e o motor parcialmente em baixo da cabine. Logo, esses modelos perderiam espaço para os modelos cabover, como o Kenworth K100, os famosos cara-chata, e modelos como o W900, com um longo capô. Para os bullnose, serviços de manutenção muitas vezes precisavam ser feitos por dentro da cabine.
Quase toda a cabine era construída com chapas e estrutura de alumínio, deixando o caminhão bastante leve. Originalmente, o motor escolhido foi um Cummins, de 275 cavalos de potência, com freio motor do tipo jake brake, e caixa de câmbio Spicer, de duas alavancas. A seleção das marchas era feita de forma semelhante aos FNM, fazendo com que o motorista tivesse que soltar as duas mãos do volante para realizar algumas trocas.
O caminhão também saia de fábrica sem direção hidráulica, o famoso queixo duro, e não tinha ar-condicionado, que foi instalado como acessório posteriormente.
O caminhão foi usado por Ray entre os anos de 1958 a 1992, praticamente sem parar, transportando todo tipo de carga por todos os Estados Unidos. Nos anos 1980, o caminhão precisou de um novo motor. Outro Cummins foi usado, mas desta vez com 420 cavalos de potência, que garantiam uma velocidade máxima de 78 km/h. A caixa de câmbio também foi trocada, por outra semelhante.
Depois de 1992, quando precisou se aposentar, o caminhoneiro comprou um implemento baú e o transformou em um trailer, que usava para viagens recreativas.
Até 1998, quando o caminhoneiro parou de contar a quilometragem, foram rodados mais de 5,2 milhões de milhas, cerca de 8,32 milhões de quilômetros.
No ano de 2010, o caminhão foi doado para o Iowa 80, o maior estacionamento de caminhões do mundo, que mantém o veículo em um museu dedicado ao transporte.
Além do tempo de direção com o mesmo caminhão, o caminhoneiro cuidou bem do precioso veículo, garantindo que estivesse sempre em perfeitas condições. Tanto que em 1979, durante uma inspeção técnica, foi elogiado e recebeu uma carta oficial de parabéns por manter o caminhão, então com 21 anos, como se fosse novo.
No ano de 1988, o caminhão fazia aniversário de 30 anos, e voltou para a fábrica de onde havia saído três décadas antes, como forma de homenagear os trabalhadores da fábrica, a convite da Kenworth. também em 1988, o caminhoneiro recebeu um prêmio especial pelos relevantes serviços prestados ao setor de transportes nos Estados Unidos, entregue pelo então governador do estado do Oregon.
*DA REDAÇÃO HP. Com informação Blog do Caminhoneiro.
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