Isso é fato: o mundo é povoado por gente diferente, com hábitos e culturas diferentes, que influenciam o modo de pensar e agir. Mesmo assim, há um limite que separa o que é cultural do que é patológico, o que é personalidade do que é doença.
No âmbito da “normalidade” existem as pessoas bem humoradas, as mal humoradas e aquelas do tipo blasè, incógnitas que não nos permitem identificar o que estão sentindo ou no que estão pensando. Num grau mais acentuado de humor, estão as pessoas baixo astral, deprimidas, desanimadas, sem energia para aproveitar a vida. Há também as que parecem que levaram um choque de 1000 volts de tão elétricas, são ligadas na tomada, hiperativas, hiperfalantes, hiperanimadas! E existem ainda as pessoas de “lua”, que um dia te tratam como um rei, e no seguinte nem olham na sua cara. É nessa combinação de humores que podem aparecer transtornos psiquiátricos, como o bipolar, uma doença mental de longa duração caracterizada por mudanças no humor que oscilam entre dois pólos, desde depressão grave até mania ou hipomania.
Conheça um pouco mais sobre o transtorno que se camufla na personalidade de gente comum e pode passar batido por anos, antes que se tenha um diagnóstico preciso.
O pólo depressivo
Quando estão depressivos, os bipolares sentem-se mais do que apenas tristes. Sentem fadiga extrema, a ponto de não saírem da cama; sofrem alterações nos padrões de sono, sentimentos de desespero e desespero; algumas pessoas podem ficar fixadas na ideia de suicídio, ao ponto de se automutilarem (por meio de cortes, com facas ou giletes) ou atentarem contra a própria vida de fato. Apresentam dificuldade em acompanhar as tarefas diárias, problemas de concentração e foco, etc.
O pólo hipomaniaco
Mania é categorizada como um humor muito elevado; a hipomania é uma forma menos grave de mania, mas com vários sintomas comuns. Quando em mania, a pessoa não se sente simplesmente feliz, ela sente a necessidade de correr, falar muito rápido, fazer planos grandiosos. É uma fase em que se tem muita energia e aumento dos níveis de atividade. O indivíduo em mania dorme muito pouco, assume comportamentos de risco e até psicóticos.
O transtorno bipolar não é raro
Dados estatísticos demonstram que a desordem acomete 1% das pessoas em algum momento de sua vida.
Os 4 tipos de transtorno bipolar
Episódios mistos
Os episódios mistos são uma mistura de sintomas tanto depressivos como maníacos ou hipomaníacos. Eles podem acontecer em qualquer pessoa diagnostica com transtorno, e é comum que a acometa pelo menos uma vez. Os sintomas incluem a sensação de depressão, porém, com excesso e não falta de energia, há uma agitação e confusão.
Ciclismo rápido
Esta apresentação do transtorno bipolar envolve uma oscilação muito rápida entre os pólos depressivo e hipomaníaco, podendo levar o indivíduo de um extremo a outro em questão de horas.
As causas do transtorno bipolar são desconhecidas, mas segundo pesquisas, alguns fatores parecem colaborar para seu surgimento. Fatores genéticos, traumas de infância e até eventos estressantes, em qualquer idade, podem ocasionar o transtorno. Mais estudos são necessários para que se compreenda a bipolaridade.
Por conta de suas especificidades, o diagnóstico do transtorno bipolar costuma levar em média dez anos para ser feito. Muito frequentemente, ele só se conclui após anos em que um indivíduo dado como depressivo, de repente oscila para o pólo hipomaníaco. É preciso acompanhamento profissional por anos, com avaliações contínuas do paciente, para fechar o quadro.
O tratamento do transtorno bipolar é feito por meio de medicamentos, que atuam na química cerebral como estabilizadores do humor e terapia. O apoio familiar e de entes queridos é muito importante, pois os portadores do transtorno podem se envolver em situações arriscadas, que podem comprometer desde as finanças (devido aos gastos excessivos de dinheiro, em momentos de mania) até a integridade física, uma vez que há tendência a adotarem postura de confronto, atitudes arriscadas ao volante, uso abusivo de álcool e drogas ilícitas, além de risco de cometerem suicídio.
Com tratamento adequado e suporte social, é possível ter uma vida praticamente normal, apesar do transtorno bipolar. Já os que são “de lua”, esses precisam de muito boa vontade dos que os rodeiam pra aguentar suas oscilações injustificáveis de humor!
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