Por Guilherme Prado
Eu não vejo futebol com meus filhos. Tento não estimular ou forçar que eles gostem de algo que é, e sempre foi, muito importante na minha vida.
Apesar de fazerem aula de futebol (futsal, na verdade), eles não tem camisa de time nenhum. E geralmente respondem que torcem para todos os times quando são perguntados sobre o clube de coração.
Esses dias, porém, não lembro exatamente porquê, falamos sobre futebol e sobre um time para torcer. Perguntei ao Joca, o mais novo, no auge dos 4 anos, qual era o clube dele.
– Eu torço pro Barcelona, pai.
Taí algo muito estranho. Em casa não se tem admiração pelo Barcelona. Sempre adorei o time da Catalunha, mas desde a chegada de Sandro Rosell e a saída de Guardiola, que tenho simpatia zero pelos Culés. Jamais seria influência minha.
– Barcelona, Joca? Onde você arrumou isso, eu nunca nem te falei desse time.
– O Joao Vitor, meu amigo, fala do Barcelona todo dia, pai. Agora torço para o Barcelona também.
Joao Vitor é um amigo da escola. De fato, sempre que o vejo fora do ambiente escolar, ele está vestido com roupas de time. Maioria dos casos, time estrangeiro.
Acontece muito com os pequenos. As camisas mais bonitas, as mil cores, os melhores jogadores, os jogos mais bacanas. O time deles tem outra língua, mas sabe muito bem como falar com eles.