Sentir como se você não pertencesse a nenhum lugar é uma grande questão, que afeta muitas pessoas. Pode ser algo muito confuso e doloroso refletir sobre o porquê de estar acontecendo. Seria bom se a solução fosse tão simples como apenas aprender a abordar os outros antes de qualquer coisa ou ser mais extrovertido, mas na maioria das vezes o problema real por trás de “por que não me encaixo?” fica reverberando nos pensamentos. Esta é uma boa notícia, pois saiba que você tem controle total sobre seus pensamentos e pode modifica-los. Tudo começa com tornar-se consciente dos pensamentos que estão dominando o seu caminho.
Para ajudar a descobrir isso, vamos começar com dez perguntas para se fazer a você mesmo. Elas ajudarão a trazer à tona alguns dos pensamentos mais comuns que podem estar fazendo com que você se sinta como se não se encaixasse em nenhum lugar.
- O que “se encaixar” significa para você?
“Encaixar-se” significa coisas diferentes para pessoas diferentes. Para você, o que exatamente isso significaria? Significaria que:
- Você é o centro das atenções
- Você faz muitas atividades com muitas pessoas
- Você tem muitos amigos
- Sente-se como importante para o grupo
- as pessoas pedem por opinião e você sente que é ouvido
É importante que esteja claro o que significa para você se encaixar, para que possa focar em conseguir isso. Da mresma maneira, você precisa se certificar do quê gostaria realmente de ter em sua vida. É fácil dizer, “eu gostaria de ter muitos amigos”, mas se você é uma pessoa que realmente gosta de ter seu tempo sozinho e fazer as coisas por conta própria, ter muitos amigos que tomam todo o seu tempo livre acabaria sendo na verdade, um pesadelo para você. Talvez funcionasse melhor ter apenas um ou dois amigos realmente bons. Se você sabe o que quer e precisa verdadeiramente, vai ficar satisfeito quando encontrar aquele casal de bons amigos, e não vai continuar pensando que você “deve” ter mais amigos ou pensar que você deve ser o centro da atenção em eventos.
Você também não vai ficar chateado se não se encaixar em todos os grupos. Alguns grupos apenas não são propícios para “se encaixar”. Por exemplo, um grupo de meditação. As pessoas não vão lá para rir e brincar com os outros. Eles querem ser calmos e olhar profundamente dentro de si mesmos. Esperar para ser parte de um grupo não é realista em algumas situações. Também é um bom sinal não se encaixar em alguns grupos. Você não tem que se encaixar em todos.
O que você “seria” e o que “faria diferente” se sentisse que se encaixou?
Quando você se visualiza “pertencendo” a algum lugar, o que você se vê fazendo? Você está sendo aberto com os outros? Está rindo, fazendo piadas, contando a todos histórias sobre o que você fez naquele dia? Além disso, como você estaria se sentindo? Você seria feliz, em paz, sendo amigável? Agora, o que realmente está impedindo você de já “ser” desta forma? Você pode estar totalmente em paz consigo mesmo, pode ser feliz, você pode ser amigável com outras pessoas, você pode contar a alguém uma história sobre o que você fez naquele dia. Às vezes, ao agirmos como a pessoa que queremos ser, por si só já concretiza o que queremos ser. Seja aquela pessoa que se encaixa em todos os lugares.
- Você diz mais do que “oi” para as pessoas e começa conversas ou espera que elas tomem essa iniciativa primeiro?
Talvez você só precise envolver as pessoas um pouco mais do que com apenas um “oi”. Então, da próxima vez que os vir, tenha algo de imediato para falar. Por exemplo, digamos que você descubra que uma das pessoas em seu grupo tem um cão e você tem um cão também. Ótimo, vocês têm algo em comum. Então, você poderia falar sobre isso. Assim, da próxima vez que se cruzarem, você poderia perguntar algo sobre o seu cão, ou contar algo sobre o seu.
Quando interagimos mais, nós nos tornamos mais interessantes para os outros e desenvolvemos vínculos melhores do que se apenas cumprimentamos e esperamos que os outros puxem conversa todas as vezes. Quando se faz isso, as pessoas tendem a evitar puxar papo com você, porque coloca pressão para que tenham sempre algo em mente para lhe dizer, já que você nunca tem. A solução é simplesmente facilitar que as pessoas queiram interagir com você.
- No quê você pensa quando chega em um ambiente?
Quando você se aproximar de um grupo, preste atenção em seus pensamentos. No que você está pensando? Meu palpite é que você não espere que as pessoas lhe cumprimentem, ou para evitar o contato visual ou para não sentarem ao seu lado. Ou você pode julgar as pessoas: “oh, ela nunca falaria comigo”. Esses pensamentos repercutirão em sua linguagem corporal. Uma vez que esses são pensamentos negativos, você também pode estar se sentindo um pouco irritado. É o que as pessoas vão ver. Você vai parecer inacessível e as pessoas vão evitá-lo.
Além disso, é isso que você está esperando, é isso que você está procurando. Está procurando por de sinais de rejeição. Você não está atento a oportunidades para bater um papo com alguém; está procurando pessoas que possam te rejeitar. Isso é muito parecido com a impressão que você passa para as pessoas.
A outra coisa que pode estar acontecendo é que você esteja se concentrando muito em si mesmo. Por exemplo, você pode estar pensando, “eu não deveria ter usado esta camisa. Sou tão estúpido por usar esta camisa”. Você está muito preso em seus próprios pensamentos, em vez de se concentrar no que está acontecendo em torno de você. Com isso, você se coloca para baixo e transmite por meio da linguagem corporal que está com raiva de si mesmo. Não se preocupe com a impressão que você passa ou se preocupe em pensar algo inteligente ou espirituoso para dizer. Apenas seja você mesmo. Essa é a pessoa que as pessoas querem conhecer.
Tem mais, você está instantaneamente se comparando com os outros? Se fica sempre se comparando com os outros, então você não está sendo você mesmo. As pessoas querem conhecê-lo, não uma pessoa estressada porque eles estão se colocando para baixo por não ser exatamente como todos os outros. Como diz Caroline Van Kimmenade, “você é sempre um pouco diferente do que qualquer outra pessoa que você pode encontrar”. Veja isso como uma fonte de grande poder e grande valor. Isso valida o seu propósito aqui. Você tem um pedaço do quebra-cabeça que ninguém mais tem, tenha orgulho de ser único e especial.
- Quais são os seus pensamentos quando você está em um grupo?
Você pensa em como nunca se encaixa ou talvez como ninguém gosta de você? Se isso é nisso que está focando, isso pode estar causando alguns de seus problemas. Esses são pensamentos dolorosos e sua linguagem corporal vai expressar claramente seu mal estar. Você vai se sentir estranho e fora do lugar, então é assim que seu corpo vai reagir. Você pode ficar mais curvado, ou esconder seu rosto com o cabelo. O que quer que você faça, estará expressando que pensa que não pertence ao grupo. É diante dessa impressão que as pessoas reagirão.
Você também vai estar à procura de pessoas que te rejeitem, como de fato farão. Eles vão espelhar o que você está pensando em si mesmo.
É preciso mudar seu foco e parar de pensar em si mesmo. Você precisa para de se preocupar se se encaixa ou não. Não é que você não se importe, mas é importante mudar o seu foco para estar presente no que as pessoas estão dizendo, sobre o que você pode aprender com a situação, ou apenas estar lá e aproveitar o momento. Não focar em si mesmo faz uma grande diferença. Não se preocupe em fazer as pessoas gostarem de você ou ganhar sua aprovação. Você ficará mais confortável em sua própria pele e se interessará mais no que está acontecendo ao seu redor.
- Você sente que há uma parede entre você e todos os outros?
Eu senti isso por muito tempo. Mas, isso acontece por focarmos muito em nós mesmos e não o suficiente naqueles ao nosso redor. Se você está focado em como não se encaixa e em como não consegue se conectar com os outros, é claro que não conseguirá se conectar com os outros. Você estabeleceu uma profecia “autosatisfatória” para si mesmo.
Basta deixar-se “ser” em qualquer situação e muito provavelmente você vai acabar se encaixando muito bem depois de um tempo. É aquela consciência extrema que te separa mais. Deixe isso para lá e apenas seja você.
Outra questão que é causada por focar nesta parede entre você e os outros é que você vai ser menos propensos a compartilhar com os outros. Você provavelmente não vai contar a ninguém sobre as coisas que fez ou como se sente. Você está desligado dos outros, o que significa que você não será capaz de ter relacionamentos verdadeiramente significativos.
- Você está preocupado em se as pessoas vão machuca-lo?
Você tem medo que ao deixar alguém entrar na sua vida, poderá acabar se machucando? Se você fizer isso, eles podem pensar que você não gosta deles e nem quer falar com eles. Muito provavelmente, isso é o oposto do que você pretende.
Você precisa estar aberto e disposto a ser um amigo para os outros antes que os outros sejam receptivos e amigáveis com você. E, sim, há uma chance de que você possa se machucar ao se abrir para os outros. Estar aberto aos outros e ter sentimentos é um risco, todos podemos sair feridos. Por outro lado, se você não tem sentimentos, pode até não se machucar, mas também não se envolverá plenamente na vida. Você estará vivendo apenas uma parcela dela e pensando “eu sou um peixe fora d’água”.
O truque é permitir-se ter sentimentos, mas também tem a capacidade de gerenciar essas emoções para que você não se sobrecarregue. É também saber confiar em si mesmo para o caso de a dor e as mágoas de fato surgirem, tendo a certeza de que vai conseguir dar conta de tudo e se recompor. O medo de se machucar é geralmente muito pior do que a realidade. E, normalmente, você não se machuca. Você faz alguns amigos e se sente muito mais feliz e positivo sobre a vida. Você não deixou o medo ficar no seu caminho.
- Você se gosta e se admira?
Isso é importante, pois afetará a forma como você interage com outras pessoas. Se você não gosta de si mesmo, as pessoas vão perceber isso. Você vai se portar como que à procura de aprovação de outras pessoas. Você não se enxergará como alguém valioso e capaz de oferecer muito para as pessoas com a sua amizade. Se este é um problema para você, trabalhar em sua autoestima pode ser um bom lugar para começar.
Ser um candidato à aprovação afetará realmente como você se comporta em torno dos outros. Quando os outros falam com você, você vai imediatamente tentar pensar em algo inteligente ou espirituoso para dizer, em vez de ouvir essa pessoa. Ou, vai se preocupar em não dizer algo estúpido, ou pensará em não deixá-los ver a espinha na sua testa! Você vai se concentrar em si mesmo, em vez de focar na outra pessoa. Assim, não vai estar completamente envolvido na conversa. Você vai perder um monte de conversas reais e isso vai te deixar pra baixo. E, depois, provavelmente, vai gastar muito tempo repetindo a conversa mentalmente, relembrando se não disse a coisa errada ou se não pareceu tão inteligente como você teria gostado de parecer.
- Você espera que outras pessoas o ponham para baixo ou zombem de você?
Se agir assim, então você vai se perceber analisando tudo o que as pessoas dizem e procurando onde está o insulto. Quando alguém vier cumprimentá-lo, você vai se colocar para baixo. É difícil ter uma conversa com alguém que se põe para baixo o tempo todo ou que interpreta tudo o que dizem do jeito errado. Então, preste atenção no que você está esperando e como essas expectativas afetam o seu comportamento.
Em vez de analisar tudo o que é dito, passe a encarar o valor das coisas como são de fato. Não suponha nada além. Por exemplo, se alguém diz, “eu gostei da sua gravata!” Não comece a pensar que eles estão apenas dizendo isso porque eles sentem pena de você, ou disseram ironicamente. Apenas aceite o que foi dito e responda, “obrigado”. Melhor ainda seria acrescentar mais alguns detalhes como, “obrigado. Comprei na loja X. Você sabe aquela, que abriu na Faria Lima? Você já esteve lá? “Então, eles vão responder sim ou não e você poderá adicionar algo mais como,” eles têm belas gravatas lá. Eu sempre encontro algo que eu quero.“ Apenas adicionando um pouco mais informação você se torna mais interessante e convidativo para uma conversa.
Em vez de esperar o pior dos outros, tente estar interessado na pessoa que você está falando. Que coisa interessante você pode descobrir sobre ela?
- você tem limites saudáveis?
Barbara Sachs Sloan diz que, “você decide sobre certos padrões e preferências razoáveis, e as pessoas que violam a sua confiança e se mostram nocivas a você são pessoas com as quais não se deve ter relacionamentos. ” Este é um Conselho fantástico e por ter este conceito como uma verdade em sua vida definitivamente muda a forma como você se sente sobre si mesmo. Você está aberto a pessoas até certo ponto. Se você não tem limites saudáveis, está muito mais propenso a deixar alguém prejudicial entrar na sua vida. Quando você não tem claros seus próprios limites, muitas vezes é que vai acabar se machucando.
Quando você tem claros seus próprios padrões, está automaticamente menos preocupado com a forma como você está sendo avaliado, porque estará você próprio analisando a outra pessoa e decidindo se é alguém que quer ter em sua vida ou não. Você não está apenas deixando ninguém entrar. Há um nível muito mais saudável de autorrespeito.
- você está bravo com o mundo e sente que não há nada que você possa fazer?
Há dois aspectos nesta pergunta. Se você está com raiva do mundo, então sempre que alguém puxar um papo, você vai procurar pelo lado negativo de tudo. Vai reclamar de tudo e apenas expressar o quão irritado está. As pessoas vão evitá-lo. Por estar tão zangado com o mundo você vai repelir as pessoas.
A segunda parte é que se você acha que não há nada que você possa fazer, então você não vai fazer nada para resolver este problema. Você vai pensar que é o papel de outra pessoa fazer algo. Vai também vai culpar outras pessoas e ficará passivo, esperando que ajam em seu lugar. Você pode esperar que outras pessoas o incluam em um grupo ou falem com você primeiro. Mude seus pensamentos e mude suas ações. Retome o controle de sua vida e perceba que há muitas coisas que você pode fazer. Tudo começa com você.